Dados do Trabalho

Título

Orientação parental multidisciplinar para o tratamento de insônia infantil em criança de dois anos com Transtorno do Espectro Autista (TEA): relato de caso

Introdução

A intervenção multidisciplinar para insônia em crianças com TEA, por meio da orientação parental associada ao tratamento farmacológico com melatonina sintética, vem alcançando resultados positivos nesse público, cujas condições biológicas dificultam o início e a manutenção do sono.

Objetivo

Apresentar um relato de caso de intervenção comportamental associada ao tratamento farmacológico para insônia infantil em uma criança com autismo de dois anos, em um programa dirigido aos pais, e verificar o efeito do tratamento no sono e no comportamento diurno e noturno dela.

Métodos

A genitora foi guiada quanto à higiene do sono e à substituição das associações de sono através da terapia cognitivo-comportamental, que teve como recurso a criação e apresentação diária da história social. A anamnese foi realizada por questionário online, e as sessões ocorreram entre a primeira a autora, a mãe e a tia materna da criança, acompanhadas em 5 momentos específicos. Na 1ª consulta, foi apresentado um plano de sono para a família, com suporte diário por WhatsApp para dúvidas e ajustes. As sessões 2, 3 e 4 ocorreram semanalmente, e a consulta final aconteceu na última etapa, dois meses após a intervenção proposta. O plano contemplou: 1) uma rotina do sono indicada para a faixa etária e ajustes no ambiente pré-sono e sono; 2) confecção de histórias sociais, para ajudar a criança a compreender o processo de mudança com o sono; e 3) desmame total das mamadeiras noturnas e retirada gradual da tia do ambiente de sono da criança até que ela se sentisse segura para dormir sozinha. A criança também foi tratada com melatonina duo, conforme prescrição médica.

Resultados

Nos primeiros dias, a criança apresentou muita resistência para dormir sem a mamadeira. Em substituição, houve uso de um objeto transicional para o sono, contação de história, acolhimento e momentos rápidos de diálogo. No 8º dia, ela já dormia com mais facilidade e espaçava mais os despertares, embora ainda fossem muitos. Na 3ª semana, já dormia de 7-8h seguidas, tinha autorregulação para adormecer e dormir novamente e só um despertar noturno, dormindo com mais facilidade deste despertar nas semanas seguintes. Ao final, ela estava fazendo uma soneca diurna de 2h e uma média de 9-10h de sono noturno.

Conclusões

O relato ressalta a inserção do tratamento multidisciplinar para insônia pediátrica nas crianças com TEA, o qual reflete na melhoria do bem-estar de toda a família.

Palavras -chave

Criança. Insônia Pediátrica. Intervenção Comportamental. Sono. Transtorno do Espectro Autista.